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O momento de pivotar uma startup: o que a Upik aprendeu nesse processo

*por Daniel Alves, COO da Upik

Na rotina de uma startup não é segredo pra ninguém, você precisa crescer e precisar fazer isso o mais rápido que puder. Desde o começo da Upik tínhamos isso em mente. Trabalhávamos para aumentar o número de clientes, participávamos de um programa de aceleração, fazíamos mentorias e mais mentorias.

Eu, designer, e a Marcia Monteiro, arquiteta, parceira, amiga e sócia, compartilhando um propósito: democratizar o acesso à arquitetura e ao design de interiores e mudar o cenário atual onde 85% das reformas no Brasil são autogeridas. Nós sabíamos fazer desenhos e projetos para nossos clientes, mas o design mais importante nesse momento era o de um novo modelo de negócio para um mercado estagnado.

> Leia mais: 7 passos para descobrir a dor do seu cliente

Estávamos muito empolgados com nossa trajetória, mas sentíamos que algo precisava mudar, não somente na experiência do consumidor, como também em nossa empresa.

Me lembro muito bem do dia 15 de março de 2017. Era aproximadamente 19 horas e eu estava indo para mais uma edição do SP STARS. Recebi uma ligação: era o Pedro Waengertner (pra não errar, acabei de copiar e colar o sobrenome direto do LinkedIn, rs) dizendo que havíamos sido aprovados para o processo de aceleração da ACE, num programa corporativo patrocinado por gigantes da construção civil como Tigre, Gerdau, Vedacit e Intercement!

Bateu felicidade e um friozinho na barrigada. Sabe aquele que dá quanto você quer muito uma coisa e ela acontece? Pois bem…

Explodindo a cabeça para começar

A primeira semana da aceleração é chamada de “Wizard”, uma espécie de Tropa de Elite intelectual. Você é exposto a uma série de conteúdos, palestras e cases que explodem sua mente e te fazem contestar absolutamente TUDO!

E essa imersão serve pra você sair um pouco daquele looping que você fica quando está focado em crescimento. Olhando a fundo pro nosso negócio, a gente percebeu que ainda precisava encontrar muitas respostas antes de conseguirmos mais um cliente.

Aí veio a segunda semana. Fizemos a primeira reunião com nosso acelerador, o “LG”, Luis Gustavo Lima – o nome lembra o cantor sertanejo, mas quem poderia resumir muito bem o significado dessa reunião era outra personalidade, Rocky:

A gente percebeu que era hora de dar um passo pra trás pra quem sabe depois, conseguir dar dois pra frente. Comecei a pesquisar sobre cases de sucesso, sobre a jornada de diversos empreendedores e percebi que nenhum deles tinha tido ido longe com a primeira coisa que tentaram fazer.

> Veja também: As dores e delícias da jornada empreendedora

É muito duro quando alguém fala que seu produto não é bom, mas é mais duro ainda quando você percebe que realmente essa pode ser uma verdade. Foi ai que eu aprendi que a gente não pode tratar o negócio como um filho. Ninguém quer ouvir que seu filho é feio, é ruim e que não vai ter sucesso na vida.

A Marcia diz que precisamos ser humildes e resilientes, mas eu acho que isso não é o bastante se você olhar pro lado e não encontrar no seu parceiro a certeza de que vocês estão juntos nessa. Talvez esse tenha sido o nosso grande segredo. Não existe nada que venha primeiro que a cumplicidade, o respeito e a união dos sócios.

O momento de pivotar a startup

E foi assim que depois de 14 meses de operação, mais de 130 clientes, crescimento mês a mês, prêmios e várias mídias sobre a Upik, decidimos pisar no freio e começar do zero. Era o momento. Tínhamos que acreditar no processo e na metodologia da ACE.

Abdicamos nossos finais de semana, passamos mais de dois meses conversando com pessoas que estavam reformando ou decorando, pra ter certeza do problema que precisávamos resolver.

Por um tempo foi difícil e as coisas pareciam não fazer muito sentido, mas à medida que fomos amadurecendo chegou um momento que sabíamos exatamente o que as pessoas iam dizer, os padrões foram aparecendo e tudo foi tomando forma.

A chegada da nova ideia

O mais incrível disso é que nós não precisamos “criar” um produto. Ele nasceu, como fruto das necessidades que identificamos nas pesquisas. E foi assim que em julho de 2017 começamos a validar o Arquiteto de Bolso, um assistente pessoal para tomada de decisão no momento da compra.

Na prática é muito simples: se você está reformando, provavelmente está com muitas dúvidas e com “budget” apertado. Você tem gastado horas em sites ou visitando home centers e lojas de decoração, ficando cada vez mais indeciso diante de tantas opções. A partir de agora, essas lojas oferecem um código que te garante o acesso gratuito ao Arquiteto de Bolso, e você tem o atendimento online (via chat) de um profissional para te ajudar com tudo que precisar, e o melhor, sem pagar nada por isso.

O produto está em piloto e por questões de confidencialidade não podemos citar nossos clientes, mas você percebe que quando a coisa é boa, ela se vende sozinha...

As lições de pivotar uma startup

Acho que o mais gratificante de tudo isso é olhar e perceber que tomamos a decisão certa, e que estamos muito mais próximos agora de cumprir nosso propósito do que estávamos antes. Ver que em menos de 5 meses é possível matar um negócio, criar um novo e conseguir espaço no mercado porque você provou que ele vale a pena.

Se eu puder deixar uma mensagem pra quem leu até aqui, é a seguinte: você não vai dominar o mundo sozinho. Encontre um parceiro de verdade. Vocês vão passar mais tempos juntos do que com sua família ou amigos. Tenha certeza que você achou uma dor que vale a pena resolver, forme um time incrível, e ponha em prática.

A gente sempre viu em posts sobre nosso negócio comentários onde as pessoas marcavam amigos dizendo “olha aí aquela idéia que você tinha tido”. Se você quer fazer, não seja mais um telespectador, seja o agente da mudança, execute.

Obrigado. #GOFASTORDIESLOW #DESIGNYOURSELF #GOACE #GOUPIK #UPIK #ARQUITETODEBOLSO

*Daniel Alves é COO da Upik, startup acelerada plea ACE

 

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26 de julho de 2024 – São Paulo