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O que não fazer ao se apresentar para Investidores

A vasta maioria dos empreendedores busca investimento para crescer seus negócios.

Mas o que fazer quando se está de frente com aquele que pode mudar o destino da sua startup?

Ou melhor: O que não fazer?

Percebi que existem duas categorias muito importantes de falhas mortais, com base em experiência avaliando e trabalhando com startups e em artigos de investidores estrangeiros, como o Jason Shuman, da Corigin Ventures (leia aqui e aqui).

Os dois grandes buracos negros são a falta de conhecimento e o uso de dissimulação.

Deveria ser óbvio que o empreendedor deva saber as informações cruciais sobre a sua empresa.

Deveria ser também óbvio que mentira tem perna curta, ainda mais em um processo que envolve uma due diligence ou auditoria.

Mas empreendedores precisam se desdobrar muito para criar uma empresa do zero e, imersos em uma rotina maluca com muitos incêndios a apagar, podem não ter os dados básicos da sua startup em mente.

E, certamente, em um mercado em que a balança está favoravelmente inclinada para o lado dos investidores, o empreendedor pode pensar em meios “alternativos” de chamar a atenção para seu negócio e tentar melhorar as chances de receber investimento.

Leia também: Como preparar sua startup para investimento?

Mas não há atalhos

Se o empreendedor não está dando conta de saber o que está acontecendo em seu negócio, não dará conta de fazer esse negócio crescer com dinheiro do investidor.

É hora de reavaliar a sua atuação como fundador, descobrir os gargalos, eliminá-los e focar naquilo que trará maior impacto para a startup.

E tentar “embelezar” a realidade para o investidor também não dá certo: o papel do investidor é justamente destrinchar em detalhes as oportunidades de investimento que avalia.

Ele tem muita experiência de mercado, conhece muita gente e conta com uma equipe e processos afinados para confirmar as informações que recebe dos empreendedores.

O “embelezamento” será descoberto e será interpretado como mentira, queimando o empreendedor perante esse investidor e, em certos casos, no mercado inteiro, que é pequeno.

Alguns dos erros cometidos por empreendedores e identificados nos artigos são:

Falta de conhecimento

  • Não saber seus KPIs e métricas
  • Não conhecer siglas usuais no mercado ou indústria em que atua
  • Não ter pesquisado informações sobre o investidor para quem está apresentando
  • Não conseguir explicar as premissas de suas projeções financeiras
  • Não ter conversado com potenciais clientes e não entender, em detalhes, a jornada do consumidor
  • Achar que não tem concorrência

Maquiar os fatos 

  • Falar que outros investidores já deram aprovação verbal, quando estes só demonstram interesse, mesmo que forte
  • Falar que fechará a rodada no final do mês, quando isso não é realidade
  • Citar parceiros, clientes, conselheiros que não existem, realmente
  • Ser evasivo ao responder perguntas sobre um número ou fato específico
  • Falar que o produto está pronto, mas não poder fazer uma demonstração

O relacionamento entre investidores e investidos será um relacionamento de muitos anos. Sempre fazem a analogia com um casamento, e é uma analogia boa.

O investidor investirá nas melhores oportunidades e nos empreendedores que demonstram ser mais capazes e saber mais do que a concorrência.

E todo relacionamento de investimento deve ser baseado em confiança mútua, desde o início.

É comum investidores deixarem de investir em uma oportunidade boa por causa da falta de uma base sólida de confiança.

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26 de julho de 2024 – São Paulo