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O que é uma startup?

O mercado brasileiro passou a escutar a palavra startup com uma inegável frequência ao longo dos últimos anos. Mas ainda falta uma definição formal do termo. Afinal: o que é uma startup?

Propagado nos Estados Unidos durante a década de 1990, o termo startup deve muito de sua popularização às empresas ligadas ao segmento da tecnologia criadas no Vale do Silício (na Califórnia) durante essa época.

Embora gere muitas incertezas em relação ao seu potencial de sobrevivência, uma startup é definida hoje, de forma geral, como “uma organização temporária com um modelo de negócios escalável e repetível”.

Vamos explicar cada parte do que essa definição quer dizer:

Organização temporária

 

Empresas bem estabelecidas não entram nesta definição. Facebook, Google e Twitter já deixaram de ser startups por esta visão. Seus modelos de negócio já estão sólidos (tanto que já possuem capital aberto em bolsa).

Não é como se corressem o risco de fechar, mudar de rumo a cada mês. Desde a forma de ganhar dinheiro à cultura e organização de pessoal estão bem fundamentadas.

A questão de ser temporária é porque ser uma startup é uma fase, que dura enquanto o negócio ainda não está com seu modelo estável.

Ainda está se buscando esta forma sólida de funcionar. Seja por parte da forma de monetizar, foco do mercado, modo de operação

Existem muitas variáveis até se acertar a receita.

E nem vamos falar dos sócios que podem ir e voltar. Na fase startup, o negócio depende diretamente dos membros que estão a frente dele.

Isso não quer dizer que todo negócio iniciante é uma startup.

Modelo de negócio escalável

O que é um modelo de negócios escalável?

É aquele que consegue aumentar sua receita de maneira desproporcional ao aumento de custo, gerando um descolamento de lucro.

Para facilitar, vou dar um exemplo de algo não escalável primeiro: uma padaria de bairro.

Imagine que esta padaria produza em sua capacidade máxima 400 pães por dia.

Aí o fluxo de clientes está crescendo e não dá pra atender todos com pãozinho fresco. O dono do local decide que precisa fabricar 800 unidades por dia. Assim atenderia a todos.

Então vamos pensar: para isto ele precisa duplicar toda a sua estrutura. Desde farinha, forno, padeiro, espaço, etc.

Toda vez que ele quiser mexer nisto, seu esforço será PROPORCIONAL.

Não tem como simplesmente ele atender um número cada vez maior de pessoas, com a mesma estrutura. Ou seja: não é escalável. Embora possa crescer!

Um negócio escalável precisa ter ganho de grana (e de clientes/usuários) de forma DESPROPORCIONAL.

É aí onde normalmente a tecnologia entra para ajudar neste processo.

Vamos considerar o WhatsApp (que hoje pertence ao Facebook): se mais 200 pessoas baixarem o app e começarem a usar o que vai precisar mudar na estrutura? NADA! Não precisa de mais funcionários, de mais espaço em escritório, talvez nem mais espaço em servidores.

Mas se estivermos falando de um pico de 200 mil novos usuários ativos? Talvez só aumentar um pouco a potência dos servidores. Ainda assim é desproporcional. A tecnologia é que dá a condição da escala.

Não é como se a startup tivesse um tamanho e nunca mais gastasse nada. Mas qualquer recurso: seja físico, humano, financeiro sempre será desproporcional. Se aumenta apenas um pouco para ter um resultado bem maior.

Entendeu até aqui? Mas ainda não terminou o conceito.

Onde entra o tal do “repetível”?

 

O fator de repetibilidade numa startup está na NÃO PERSONALIZAÇÃO do que é entregue para o cliente. Ou seja, cada cliente/usuário novo não precisa que seja criada uma solução ou software personalizado para ele.

Não vão ser gastas horas-homem para cada cliente novo. Senão seria caríssimo!

Imagina se ao entrar no WhatsApp você tivesse que ser atendido por um atendente que faria uma configuração inicial exclusiva e mandaria uma versão personalizada do app para seu celular?

OMG! Já imaginou isto com o Facebook? Um assistente humano para configurar os ajustes de privacidade de cada novo cliente ia tornar o processo muito caro, lento e burocrático.

“Mas poxa, o Facebook não é mais uma startup. Porque citá-los aqui junto com o whatsapp?”

O que acontece é que mesmo já sendo uma grande empresa, muito estável, o Facebook continua adotando a cultura de startup e também seu princípio do modelo de negócios repetível e escalável.

Se ele mudasse este princípio, não conseguiria crescer como o fez nestes últimos anos.

Então, para ser repetível, você precisa entregar para seus clientes o mesmo produto. Ou um produto que não seja personalizável humanamente para cada cliente.

Já o uso criativo dele e se existe o acesso à área premium, também não será personalizado. Você já deixou todas estas variáveis prontas e o cliente usa conforme quiser ou sua conta permitir.

O ambiente de extrema incerteza

É uma selva aí fora. Todo dia empreendedores estão tentando fazer as pessoas usarem seus aplicativos, entrarem em seus sites, pagarem por seus sistemas…

Mas quem disse que todo mundo está bem das pernas?

Hoje uns estão bem, com um modelo de negócio aparentemente funcional.

Amanhã o mercado dá uma rasteira, um concorrente cresce absurdamente e tudo muda.

Ou seja, lidar com a incerteza e o risco é parte da vida de quem está no mundo das startups. E nem vamos falar de sócios que vão embora do nada, brigam…

 

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26 de julho de 2024 – São Paulo