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Os dilemas da inovação

Quero te perguntar sobre um dilema.

Uma empresa de combustíveis que se posiciona no mercado de telecomunicações está inovando, se protegendo ou simplesmente perdeu o tato?

(Segure esse pensamento, voltaremos a ele).

Que INOVAÇÃO é a palavra da moda nas últimos dez anos, ninguém duvida. E para essa reflexão eu trago argumentos também com base em um ótimo artigo sobre o Innovator’s Dillema, na Wired.

Porém, nem sempre o conceito de inovação está totalmente claro para as empresas.

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Erro comum: investir em Inovação e esperar receber P&D

No início dessa tendência (rotulada como Innovation Zeitgeist), a natureza da inovação se baseava em dois pilares: inovação de produto e inovação de processos.

Inovação de produto

É aquela que traz algo novo para o mercado, aumentando a gama e a qualidade daquilo que já é ofertado e possui o mesmo Job To Be Done – o iPod da Apple substituindo o Walkman da Sony, ambos “aparelhos portáveis para a execução de músicas”.

Inovação de processos

É uma nova forma de entregar um serviço ou produto. Por exemplo, ir ao consultório médico e indicar que você chegou fazendo o check-in em uma tela touch screen ao invés de falar com uma secretária.

Mas o que é inovação?

O “pulo do gato” nesses dois conceitos é como distinguir inovação – trazer ao mercado uma novidade – de melhoria (ou até mesmo imitação) – internalizar algo que já existe.

Adquirir um software de gestão de supply chain que tem o mesmo Job To Be Done de outro software já utilizado pelo seu concorrente não é inovação…

É simplesmente a empresa correndo atrás do prejuízo.

Disrupção (onde realmente a coisa descamba)

E se o seu mercado simplesmente deixasse de fazer sentido na nova ordem mundial?

O terceiro movimento da inovação, que ganha força ano após ano e ainda está longe de atingir o ápice (ainda bem!), é pautado pelo medo. Medo de deixar de ser relevante, de perder tanto market share que a própria operação deixe de fazer sentido.

É aquele momento vislumbrado no médio/longo prazo em que aumentar a gama de produtos e melhorar os processos pode não ser suficiente

E é essa a terceira via, que tratamos como Inovação de Posicionamento, que nos faz passar horas e mais horas por dia aqui na ACE simplesmente debatendo conjunturas sobre onde nossos parceiros corporativos estão posicionados e onde TAMBÉM deveriam estar.

O debate sempre começa com a pergunta: “estamos apenas olhando para uma melhoria dos produtos e processos que temos (o que é ótimo e jamais deve ser abandonado!) ou também estamos efetivamente posicionando nossos clientes onde eles possam se defender da disrupção futura?”.

Alguma vezes parece exercício de futurologia.

E, para ser sincero, é exatamente o que eu quero que seja. Fazer hedge (perdão pelos jargões financeiros recorrentes) nada mais é do que futurologia com parâmetro.

E é ela que nos leva a debater movimentos como o citado no início do texto:

“Em que momento (em gigabytes mesmo) a qualidade e velocidade das telecomunicações será tamanha que permitirá que os equipamentos de presença virtual evoluam a ponto de não diferenciarmos VR de presença física? Nesse caso, as pessoas não precisarão mais se deslocar de suas residências diariamente, certo? Quem perde mercado com isso?”

Exagero? Talvez.

Mas, se eu fosse o dono de um posto de gasolina, ficaria atento à evolução das telecoms.

 

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26 de julho de 2024 – São Paulo